A história do surgimento do
Tocantinópolis Esporte Clube remonta à antiga seleção de futebol
tocantinopolino, que durante duas décadas proporcionou muitas alegrias a
população local disputando partidas amistosas e os torneios regionais de
futebol amador que eram realizados no extremo norte de Goiás, atual estado do
Tocantins.Contudo antes da seleção municipal surgir no cenário esportivo
regional, os times que desempenavam, em princípio, o papel de representante do
futebol tocantinopolino de maneira extra-oficial (e na maioria das vezes
heróica) dentro e fora da cidade era, o Náutico e o Anhanguera, times amadores
que tiveram seu auge entre as décadas de 1960 e 1970.
Na ocasião, os
referidos times possuíam os melhores jogadores do município, craques como:
Raimundo de Breque, José Bonifácio, João Chaves, Dudu, Jessé Barros,
Barreirinha, Raimundo Baribe, Cardosinho, Genésio, Zé Maria, Salazar, Aurino,
Antonio Apinajé, Mereré, Pedro da Baiana, Negrão do Nena, Fernando do Mané
Chico, Professor Ângelo, Wilson Coelho, Clodoaldo, Sólon, Antonio Baribe, Rui,
Beto, entre outros que talvez pela ausência de arquivos do esporte local foram
esquecidos com o tempo.
A precariedade da
estrutura física (campos de terra batida), a falta de apoio do poder público
local ao lado da extrema distância geográfica do sul de Goiás (e da própria
capital goiana), fazia com que as cidades do norte goiano, hoje estado do
Tocantins se unissem em torno de um campeonato de futebol amador denominado de
TIN (Torneio Integração do Norte), que foi criado no final da década de 1970,
em razão da impossibilidade de participar das competições organizadas pela
Federação Goiana de Futebol.
Durante a década de 1970 surgiu o Estrela,
time que tinha o nome alusivo a rua da Estrela, logradouro onde o mesmo nasceu.
Suas cores eram o vermelho e o branco. Coube ao referido clube em 1979 ser o
primeiro representante do futebol tocantinopolino a disputar o TIN. Em certas
ocasiões quando o time atuava fora do município era carinhosamente chamado de
"Estrela da Boa Vista".
Os
"guerreiros" do Estrela não tinham apoio algum do poder público e
para dificultar ainda mais aquela caótica situação, num determinado jogo contra
o Araguaína no campo da Tobasa, o uniforme do time só possuía onze camisas,
portanto somente, as camisas dos jogadores titulares. Quando era realizada uma
substituição, o atleta substituído retiva a camisa e colocava-a ao contrário a
fim de que o atleta suplente não usasse a mesma numeração, apenas a mesma
camisa. Por incrível que pareça a organização do torneio aceitava esse tipo de
artifício.
Diante daquela
Situação lamentável passava o único representante do futebol de Tocantinópolis
no TIN, os senhores Henandes (Dakátya Hotel) e José Borges (Contador),
decidiram apoiar a equipe no que fosse necessário, como a quisição de material
esportivo, transporte, alimentação, tudo isso, ora com recursos do próprio
bolso ora com recursos dos "heróicos" atletas, através da tradicional
"vaquinha".
Em princípio as viagens eram realizadas num caminhão aberto
("pau-de-arara") e depois passaram a ser feitas numa perua Kombi que
comportava em média cerca de 22 pessoas simultaneamente entre jogadores e
comissão técnica.Em dezembro de 1979, houve uma significativa melhora para o
futebol local com a inauguração do Estádio Lauro Assunção (sem arquibancadas),
que reuniu na partida inaugural as seleções de Araguaína e de Tocantinópolis.
O jogo foi bastante movimentado e reuniu importantes autoridades
políticas do Estado de Goiás e do município de Tocantinópolis. O felizardo a
marcar o primeiro gol no estádio foi o atacante araguainense Adir, porém com
muita bravura a seleção tocantinopolina virou com os gols de Guinha, Emiliano e
Ademir. E terminou vencendo pelo placar de 3x1. No início da década de 1980,
apesar da cidade contar com o Estádio Lauro Assunção, a condição do esporte
local continuava remota, pois as viagens continuavam sendo sofridas para os
atletas e para a comissão técnica em virtude da ausência de apoio.
O poder público
municipal não se sabe se por descaso ou por falta de condição financeira,
destinava a seleção tocantinopolina, apenas um desprezível caminhão caçamba,
que deveria comportar toda a delegação, e que por sua vez, era parcialmente
cheio de areia e coberto por uma lona para dar mais "conforto" aos
heróicos atletas.
No referido
período, os jogadores eram selecionados a partir dos jogos do campeonato
municipal amador, aqueles atletas que se detacavam em sua respectiva posição
durante a mencionada competição eram convocados para fazer pare do plantel da
seleção local.
O estremo norte de
Goiás era esquecido tanto em termos sócias quanto em termos de futebol, pois os
principais clubes goianos, isto é, Goiás, Vila Nova, Atlético Goianiense e
Goiânia, demoravam vários anos para pisarem nos deploráveis gramados da região,
mas quando marcavam presença através dos jogos amistosos levavam verdadeiras
multidões aos acanhados estádios nortenses.
Fonte: Livro do
Tocantinópolis Esporte Clube
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